domingo, 28 de março de 2010

( XIII ) MÓRMONS

A religião dos Mórmons foi fundada por Joseph Smith no dia 6 de abril de 1830 com o nome “Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. J. Smith nasceu na cidade de Palmyra, perto de New York, em 1805 e segundo o que é dito era vidente. Por volta de 1820 - em uma visão - vê dois seres esplendorosos - impossíveis de serem descritos segundo ele - que chama “Pai e Filho” – sendo que este ultimo lhe teria pedido para criar uma nova religião porque nenhuma das existentes era a verdadeira. Tres anos depois, em 1823, lhe aparece o anjo Moroni que lhe diz: em breve serás levado a um local onde descobriras um livro que relata a historia de antigos habitantes do solo americano. Este livro, disse-lhe o anjo Moroni, foi escrito por Mórmon, o ultimo rei dos Nephitos, uma colônia israelita que depois que a Torre de Babel ruiu migrou para a América.
Em 1827 outro anjo apareceu a Smith e o levou até uma colina onde lhe fez descobrir - estava semi-enterrada - uma caixa que continha um livro manuscrito em páginas de laminas de ouro. Retornando à sua casa, Smith começa a decifrá-lo com a ajuda de duas pedras mágicas: Urim e Tummin.
Smith, que chegara os 22 anos semi-analfabeto - só estudara tres anos ao longo da sua vida - chamou um amigo e começou a lhe ditar a tradução que fazia do livro com a ajuda das duas pedras mágicas. Este amigo, porem, teve que fazer seu trabalho atrás de uma cortina porque se visse o livro que Smith tinha nas mãos, morreria. Concluída a tradução, o mesmo anjo reaparece e leva o livro de ouro embora. Contudo, quando em 1830 o livro de Smith, “Mórmons”, foi publicado, foi criticado por todas as comunidades religiosas.
Entre 1831 e 1844 acontecem outras revelações, e entre estas, o “livro de Abrão” - desenvolvido a partir do livro dos mortos dos egípcios. È nesse período que Smith desenvolveu e sedimentou a principal linha doutrinária da sua igreja que, segundo ele, restabelecia o sacerdócio de “Aronne” fazendo renascer a verdadeira igreja que havia decaído depois do imperador Constantino.
Nestes anos, na América do Norte, começou a corrida ao ouro e Smith se engaja nesta tarefa. Enquanto isso, na sua congregação que já contava com muitíssimos adeptos, estabeleceu-se a poligamia. O próprio Smith, tempo depois, tinha 17 esposas.
No ano de 1884, enquanto ele e seu irmão Hyrum estavam presos em uma cadeia na cidade de Charthage, no Illinois, aguardando julgamento por terem sido acusados de destruir a tipografia de um jornal que criticava sua doutrina, foram linchados por cidadãos contrários à sua doutrina e à poligamia.
À morte de Smith se sucedeu um breve período dúbio, e neste tempo, houve muita desordem entre os Mórmons. Entretanto, depois que Smith foi transformado em mártir pelos seus seguidores, ouve uma reviravolta, e com ela o duplo assassinato se transformou em um impulso que fez a igreja dos últimos santos dos últimos dias se tornar ainda mais forte.
O sucessor de Smith, Brigham Young, que aparentemente chegou a ter 30 esposas e 66 filhos, levou os Mórmons em carroças cobertas ao longo de um percurso de mais de 2.300 Km. por terras inóspitas e habitadas por índios hostis, hostis porque os brancos estavam invadindo suas terras, desde as montanhas rochosas até ao extremo ocidente - naquele tempo um pedaço do México hoje conhecido como Salt Lake City, no Estado de Utah, onde construíram uma cidade que chegou a ter uma população de 118.000 habitantes, todos Mórmons.
A marcha fora extenuante, mas à vontade de Brigham Young, apesar das dificuldades que tiveram que enfrentar, manteve-se intacta. Quando a caravana saiu de Nauvoo era composta por 12.000 pessoas, mas, ao chegar, depois de dezessete meses de viagem, só restava cerca da metade. Um grupo de Mórmons, depois de se estabelecerem em Salt Lake City, se organizou e fundou uma nova seita religiosa. Esta, além de outras importantes mudanças de caráter teológico, eliminou a poligamia.
Os Mórmons em 1970 eram aproximadamente 3.5 milhões ao redor do mundo, mas o maior grupo até hoje permanece em Salt Lake City. Entre suas maiores realizações existem doze templos cujo ingresso é proibido aos não Mórmons, uma sociedade de assistência aos pobres e à universidade Brigham Young.
As Escrituras Sagradas dos Mórmons:
• A Bíblia
“Nos acreditamos que a Bíblia é a palavra de Deus na mesma medida em que ela é traduzida corretamente” afirma a oitava seção dos artigos de fé dos Mórmons.
A Bíblia deles é a versão inglesa chamada “rei Jacomo”, que Smith começara a revisar, mas que, por ter morrido, não foi concluída até hoje.
• O livro do Mórmon
Na oitava seção lê-se: “Nos acreditamos que também o livro dos Mórmons, escrito pelo ultimo rei dos Nephitos, é a palavra de Deus. Este livro é a historia dos primeiros habitantes da América aos quais Cristo apareceu depois da sua ressurreição”
• A Doutrina e os Pactos
É um elenco de 136 “revelações”, que tem o objetivo de desenvolver a palavra de Deus. A “igreja reorganizada” não aceita a “revelação” que autoriza a bigamia, e a Temple Lot - outra cisão - reduz ainda mais as “revelações“ que são aceitas neste livro, reduzindo-o ao termo “livro dos mandamentos”.
• A Perola de Grande Valor
É um volume contendo o que chamam “Livro de Moises” - muito similar ao livro Gênese do Velho Testamento - o “livro de Abrão”. Afirmam que foi escrito por Abrão e traduzido por Smith, mas em verdade é uma biografia incompleta do próprio Joseph Smith e a descrição dos “itens de fé” é tão curta que se resume em uma única pagina.
As crenças dos Mórmons em relação a Deus.
“Nos acreditamos em Deus, o eterno Pai, no seu filho Jesus Cristo e no Espírito Santo”, assim diz o primeiro artigo de fé dos Mórmons. Mas lendo suas descrições percebe-se que é uma afirmação que tem um sentido diferente do ortodoxo. Uma das “revelações” de Smith diz o seguinte: “O Pai tem um corpo de carne e de ossos tão tangível como a de qualquer ser humano”. Do livro a doutrina e os pactos, pág.130-132.
O Matrimonio e a poligamia.
Os Mórmons tomam ao pé da letra os dizeres “amai-vos e multiplicai-vos”, porque, a não ser que sejam impedidos por razões físicas ou coisa que o valha, eles são obrigados a se casar e ter filhos.
Os Mórmons mais dignos, aqueles que tem a igreja acima de qualquer outro interesse, podem obter a permissão para realizar o “matrimonio celeste”, um ritual que só é celebrado em um de seus templos sagrados. Este matrimonio, ao invés de ser um contrato com vigência vinculada ao tempo em que se vive na Terra, tem validade eterna, ou seja, o casal viverá junto pela eternidade, porque os Mórmons acreditam que a reprodução humana é eterna.
Em relação à poligamia, esta foi proibida pela igreja dos Mórmons em 1890, e a partir daquela data, quem desobedece à igreja é excomungado. Apesar disso, consideram até hoje que a poligamia está entre as maiores leis de Deus, ´por isso só foi proibida para atender as leis civis dos paises em que os Mórmons residem.
O Batismo para os vivos e os mortos
Os Mórmons não batizam as crianças, mas imergem os que se convertem na água em cerimônias não publicas. Para eles o batismo equivale à regeneração do individuo, melhor, acreditam que o ser renasce para uma nova vida e um novo saber após o batismo por imersão.
Em seus templos os membros da igreja podem batizar pessoas já falecidas, parentas ou não, Mórmones não batizados, ateus, ou seres de outras religiões. Desta forma, as almas que habitam o outro lado terão a oportunidade de ouvir o Evangelho dos Mórmons, que segundo sua crença, passa a ser lido para elas no mundo espiritual.
Para eles o batismo é o único caminho para salvação, de tal modo, como os mortos não tem corpo para imergir na água, não podem ser batizados, a não ser que alguém que ainda o tem seja batizado no lugar deles para salvá-los.
Os Mórmons, a cidadania e a caridade
Os Mórmons cultivam a boa cidadania, por isso são cidadãos exemplares no sentido mais amplo em qualquer país em que estejam vivendo. Além disso, eles praticam a caridade e com este objetivo mantém um programa assistencial quase único entre todos os demais grupos religiosos do mundo.
Eles acreditam, como em verdade é, que podem se redimir diante de Deus através das boas obras, enquanto que outras religiões cristãs - inclusive à católica - baseadas em uma interpretação bíblica - Isaias 64.6 - afirmam que as “boas obras” não são um caminho para a redenção, porque o cristão já percorreu este caminho uma vez que Jesus, devido à crucificação, já sofreu por ele.
A síntese dos Mórmons
O homem recebeu dos genitores celestes um corpo espiritual e dos terrestres um corpo físico para que lhe seja possível, através da observação de normas e doutrinas, progredir espiritualmente. O sacrifício de Jesus foi necessário porque abriu a estrada que leva à reunificação do corpo físico com o espiritual. É imperativo entrar em contato com o Evangelho e com a igreja dos santos dos últimos dias para amadurecer o arrependimento dos pecados e chegar ao batismo, porque este é indispensável para a salvação do ser.
Fonte: B.C. Conkie; Mórmon Doutrine.

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