domingo, 28 de março de 2010

( XII ) TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Em um bar de Pittsburg, em 1876, Carlos Russel, um jovem vendedor de 24 anos, ouvindo um ateu negar a existência de Deus, do paraíso e do inferno, ficou consternado por duas razões: pela agressividade do pregador e porque a sua ignorância, em termos bíblicos, não lhe permitiu contestá-lo. Dias depois procurou uma bíblia e começou a estudá-la, ficando estarrecido com a leitura do apocalipse de João e com as frases que profetizavam o fim do mundo. Mas isso não foi tudo porque, segundo algumas testemunhas, concluiu que se havia um inimigo na igreja, este era o papa.
Quando Russel terminou seus estudos bíblicos começou a pregar suas conclusões convicto que estava explanando a palavra de Deus, e estava tão convencido disso, que chegou a dizer que o mundo acabaria 1914. Não tendo acontecido, a data do evento foi postergada para 1916 e finalmente foi transferida para 1918. Entretanto, ele não viveu o suficiente para se sentir frustrado.
Para difundir suas idéias, Russel, já em 1879, passou a editar e publicar em Pittsburg um periódico chamado “A torre Guarda de Sion” e, enquanto aguardava data prevista para que se realizasse sua profecia não chegava, começou a ser seguido por muitos admiradores que viam nele um novo profeta. Russel chegou a ser publicamente aclamado como o maior homem depois de São Paulo.
Quando Russel morreu em 1916, sucedeu-lhe J.F.Rutherford - apelidado “Juiz” - porque defendera Russel nas inúmeras causas que lhe haviam sido movidas por seus fieis quando se deram conta que ele era um impostor porque o mundo não acabara.
Rutherford, afirmando que a alma de Russel o acompanhava, desenvolveu uma nova doutrina, algo diferente da que havia pregado seu mestre, passando a difundi-la através de opúsculos e do seu livro “A Verdade Vos Libertará”. Mesmo assim, como péla terceira vez o mundo não havia terminado, ele mesmo teve que se esplicar. Sua habilidade, contudo, lhe permitiu contornar as dificuldades e fazer a sua doutrina crescer, até que, em 1931, deu ao seu movimento o nome que ainda hoje possui: “Testemunha de Jeová” . Para ele o nome Deus era comum para todos os deuses, mas o verdadeiro tinha seu nome próprio, e este era Jeová.
A Rutherford sucedeu Nathan Knorr - que ate 1976 dirigiu o movimento das alturas dos arranha-céus de Brooklyn, a sede do movimento - e este, mais uma vez, teve que modificar a ultima data agendada para o fim do mundo, porque quando este tempo chegou o planeta permaneceu incólume.
As testemunhas de Jeová aguardam até hoje o fim do mundo, só que, devido às experiências pregressas, o seu fim do mundo não tem mais data marcada. Quando Knorr morreu foi substituído por Fred W. Franz que foi eleito presidente em 1977.
Franz, depois de concluir seus estudos, inscreveu-se na faculdade de letras de Cincinnati, EUA, de onde se afastou para se associar à congregação de estudos bíblicos, e, em 1946, participou da elaboração das escrituras sagradas das testemunhas de Jeová cujo nome é “Novo Mundo das Escrituras” - a única “Bíblia” que julgam verdadeira.
A Franz sucedeu Milton Henschel, depois que seu neto Raymond Victor Franz foi afastado da direção da sociedade por terem sido descobertas irregularidades na escrituração contábil.
As testemunhas de Jeová e a alma:
Negam a existência da alma e do espírito no homem (mesmo se Rutherford afirmava que a alma de Russel o acompanhava), porque para eles o homem é só matéria e, com a morte, ele deixa de existir. Afirmam que o espírito é apenas uma “força vital” que permite ao individuo permanecer vivendo, sem ter nenhuma conotação como ser: não pensa, não fala e não ouve (pág 39). Assim sendo, não existe o paraíso, o purgatório ou o inferno. Só 144.000 testemunhas de Jeová ressuscitarão, ou melhor, serão recriadas para viverem uma vida eterna e feliz no céu. Os demais gozarão a felicidade material sobre a terra. (pág 34-45).
As testemunhas de Jeová e o fim dos tempos:
Desde que a doutrina foi fundada em 1879 por Russel, é afirmado, inicialmente com a fixação de datas e posteriormente mantendo-ás em aberto, que o fim do mundo está próximo, e que depois desse evento começa a eternidade. Com este argumento fazem coro com os adventistas que continuam falando do fim do mundo, mas, em que se baseiam para afirmar isso?
Segundo seus cálculos o tempo de vida do mundo é de 49.000 anos, mas 46.026 destes transcorreram antes de Cristo, e para definir este período multiplicam o numeral 7 - os sete dias da criação do mundo do Livro Gênese - por 7.000.
Alem disso, sempre segundo eles, o gênero humano terá ao todo 7.000 anos - os mesmo sete dias da criação vezes 1.000 - numero que retiram do Salmo 89, versículo 4 que diz: “porque mil anos, diante de vós, são como o dia de ontem que já passou, como uma só vigília da noite” mesmo se, como vimos na primeira parte deste livro, a paleontologia trouxe à luz fosseis humanos muito mais velhos do que isso. Não é tudo. O mesmo Salmo, no versículo 10 diz: “Setenta anos é o total da nossa vida, os mais fortes chegam aos oitenta”, enquanto na pratica, como sabemos, algumas pessoas superam os 130 e na bíblia, no livro Gênese 5:6-8 é dito:
Set viveu cento e cinco anos, e depois gerou Enos. E depois do nascimento de Enos, viveu ainda oitocentos e sete anos e gerou filhos e filhas. A duração total da vida de Set foi de novecentos e doze anos e depois disso morreu. Etc. Etc.Etc.
Nos seus ensinamentos atuais, atuais porque sem duvida como já aconteceu no passado serão alterados novamente, as Testemunhas de Jeová afirmam na pág. 82 do livro ”A Verdade que conduz á vida Eterna”, que nos dias presentes o mundo vive um tempo dominado por governos influenciados por Satanás, e neles, organizações, igrejas, partidos políticos e até empresas comerciais, são instrumentos do diabo para que sejam executados os maiores crimes: guerras, carestias, terremotos, o ilícito, e até falsos profetas. È por isso que o mundo tem que acabar. Segundo eles, os últimos dias do mundo tiveram inicio em 1914 quando Cristo tomou posse do seu reino no céu - antes esta posse havia sido calculada por Russel em 1874 e depois em outras datas - até que Nathan Knorr, lendo na bíblia o versículo 24:34 de Mateus: “Em verdade vos declaro: não passará esta geração antes que tudo isso aconteça”, deduziu que o fim aconteceria antes que os nascidos em 1914 viessem a falecer – esperavam que o fim acontecesse antes do apagar das luzes do ano 2000. Entretanto, enquanto o fim do mundo não chega... eles continuam dizendo que:
• As testemunhas de Jeová alcançarão a perfeição, seja espiritual, porque todos serão purificados de seus pecados, e assim sendo, todos tornar-se-ão belos. Pág 107.
• Os mortos, mas só os que eram testemunhas de Jeová, ressurgirão, e depois disso ninguém mais morrerá.
• A Terra transformar-se-á em um verdadeiro paraíso. A água, o céu e a terra não serão mais poluídos e do solo nascerão frutas e flores lindíssimas. A terra transformar-se-á em um parque estupendo onde homens e animais - mesmo as grandes feras - viverão como irmãos. Pág 112.
• Quando findarem os mil anos, os homens, agora já todos testemunhas de Jeová, serão colocados mais uma vez diante de uma prova: Satanás e seus demônios serão libertados do abismo e terão novamente a chance de levar o homem ao mal.
• Quem permanecer fiel a Jeová continuará a viver para sempre sobre a terra. Quem ao invés disso o trair, será destruído junto com Satanás e os seus demônios. Pág 112-113. (Uma variação da Bíblia - apocalipse 20:7-10) - que diz: Depois de se completarem mil anos, Satanás será solto da prisão. Sairá dela para seduzir as nações dos quatro cantos da terra para reuni-las em um combate. As vitimas serão numerosas como as gotas de água no mar. Terá então inicio à vida eterna mas de duas formas distintas:
• A primeira está reservada só as 144.000 testemunhas de Jeová que viverão no céu com Deus, porque na bíblia, apocalipse 7:4 é dito: “Ouvi então o numero dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel”.
• A segunda é reservada para aqueles que vencerão a ultima prova, porque estes viverão eternamente felizes na terra.
As Testemunhas de Jeová e a igreja:
Se existe uma instituição contra a qual as testemunhas de Jeová manifestam a sua hostilidade é a igreja, ou igrejas. Eles as identificam com a antiga Babilônia, contra a qual os profetas atiravam imprecações e ameaças pelos pecados que nesta cidade eram cometidos. Pág 131-136. Assim as igrejas são chamadas prostitutas, ou adulteras espirituais - pág. 134, e, por serem a herança da “doutrina e das praticas” babilônicas, tem que ser abandonadas por aqueles que desejam a salvação - pág 135.
Mais uma vez uma interpretação da Bíblia, II Corintios 6:17-18 que diz:
“Portanto, sai do meio deles e separai-vos, diz o Senhor. Não toqueis no que é impuro, e vos receberei. Serei para vos um Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso” .
As Testemunhas de Jeová e a Cruz, as festas religiosas, o sangue e o serviço militar.
• Afirmam que Jesus não morreu na Cruz, mas em um poste - pág 141-143 - e seu argumento é que a palavra grega “staurós” significa o poste utilizado para supliciar os culpados. Mas, a partir do II século a.C., os gregos, romanos e cartagineses acrescentaram ao “poste” a madeira transversal na extremidade superior, chamada “patibulum”, tornando-a o madeiro que conhecemos, instrumento utilizado para supliciar escravos, bandidos ou os que não possuíam cidadania romana como aconteceu com o Apostolo Pedro.
• As testemunhas de Jeová, pelas mesmas razões dos evangélicos, se negam a honrar os santos, e estendem sua não aceitação ao Natal e a Páscoa, porque, como já vimos, quando o imperador Constantino tornou o cristianismo à religião oficial, acomodou as datas sagradas do cristianismo naquelas em que as religiões pagãs comemoravam seus deuses - pág 143-150.
• Não aceitam a utilização do sangue, mesmo para transfusões medicas - pág 163-169 - porque a Bíblia, no Antigo Testamento, proíbe o uso do sangue por vários motivos:
1. Para evitar que o sangue do homem mau incline o homem bom a espargir o sangue de seus similares
2. Porque o sangue representa a vida, e ninguém pode tomá-la de outros.
3. Pelo caráter sagrado que o sangue tem nos sacrifícios.
A objeção consciencial que coloca as testemunhas de Jeová contra o serviço militar não tem origem no amor pela paz, mas da sua interpretação que o Estado é um instrumento de satanás.
As Testemunhas de Jeová e Jesus Cristo.
Nas paginas 46 a 54 do livro “A Verdade que conduz à Vida Eterna”, as testemunhas de Jeová condensaram sua doutrina em relação a Jesus Cristo. Essa, assim pode ser sintetizada: Jesus não é Deus, é simplesmente uma criatura humana criada por jeová-deus antes de todas as demais criaturas, e esta definição, por sua vez, impede a aceitação da Trindade, ou seja: se Jesus é humano, o Espírito Santo não existe, portanto só existe Jeová-Deus. Entendem que como primogênito de Deus, aqui veio para cumprir sua tarefa, tarefa esta que eles, as testemunhas de Jeová, depois que Jesus morreu, em nome de Deus assumiram para continuá-la. Assim, se alguém disser a um deles “que Jesus te acompanhe”, responderão com um certo aborrecimento: Jesus não, Jeová.
Fonte: A verdade que conduz á vida eterna; Brooklyn. H.C. Mc Ginnis; I Testimoni de Geova. G.Herbert SJ, “Les Témrins de Jéhov; Bellarmin, Montreal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário